Apnéia do sono

Com certa freqüência, as faces citadas nos tópicos do retrognatismo mandibular e sorriso gengival propiciam dificuldade respiratória e os portadores podem ser respiradores bucais. Com o envelhecimento, uma série de fatores se associam e predispõem à síndrome da apnéia obstrutiva do sono.

Quando nos deitamos, há uma seqüência de acontecimentos fisiológicos que nos leva às várias fases do sono e, conseqüentemente, recuperamos nossa disposição física e mental para o dia-a-dia.

Assim, criamos as condições ideais do quarto, deixando-o aconchegante, na penumbra ou escuridão e etc. Contudo, há uma vilã que interrompe a seqüência do sono, que se chama Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono. Ela nos deixa cansados, irritados, com necessidade de muitas horas na cama, eleva a pressão arterial e pode até causar a morte súbita durante o sono.

Vamos entender o que acontece. Quando o nosso sono se aprofunda, há um relaxamento maior da musculatura corporal. Existe uma região entre o nariz e a boca, ou boca e a traquéia (onde o ar passa para dentro dos pulmões), que durante esse relaxamento múscular sofre uma queda ou colapso, obstruindo a passagem do ar para os pulmões, mesmo que a pessoa faça o esforço da inspiração.



Figura 1. - O pontilhado mostra a pressão negativa que permite a inspiração do ar. À direita temos a obstrução da passagem do ar pelas estruturas moles que compôe a região nasal, bucal e garganta.

Há vários fatores predisponentes: sexo masculino, acima dos 40 anos, obesidade, alcoolismo, tabagismo, uso de relaxantes musculares e alguma doença neurológica.

Entretando, é consenso mundial que os fatores locais da face, como o retrognatismo (queixo pequeno), o céu da boca profundo, a face convexa, o sorriso gengival e a respiração bucal costumam associar-se ao problema, pois nestas alterações, várias partes da cavidade nasal, garganta e língua criam a obstrução no momento da apnéia.

O ideal para fazer o diagnóstico é submeter-se à avaliação polissonográfica, dormindo uma noite no "laboratório do sono", onde o organismo será todo monitorizado, o que permite classificar o sono, sem ou com a apnéia, em seus vários níveis de gravidade.

Nem todas as pessoas que roncam são portadoras da doença, mas quase todos os doentes, roncam.

A cirurgia do ronco, conhecida como úvulo-palato-faringo-plastia, é uma tentativa cirúrgica para facilitar a respiração mas o índice de sucesso e cura ainda é baixo, segundo pesquisas sérias no assunto.

Relato de um caso clínico
Figuras 2. À esquerda, paciente antes da cirurgia ortognática: 470 paradas respiratórias por noite. À direita, após o avanço de 1 cm da maxila e mandíbula. Não houve grandes mudanças estéticas, contudo, sua respiração durante o sono mudou para melhor: nenhuma parada respiratória durante a noite.
Figuras 3. À esquerda, Raio x de perfil do paciente antes da cirurgia, observe pela seta como o espaço para a passagem do ar é estreito. À direita, após a cirurgia ortognática, a seta mostra o alargamento do espaço aéreo. Agora o paciente respira sem apnéia.


Figura 4.
Hoje, paciente encontra-se melhor pois está dormindo com qualidade.


Outras alternativas

Quando o paciente apresenta apnéia leve, há algumas tentativas não-cirúrgicas citadas pelos profissionais.



Figura 5. Aparelhos bucais avançam momentaneamente a mandíbula, para permitir a entrada do ar mais facilmente


Figura 6. Este aparelho, chamado CPAP cria pressão positiva para que durante a inspiração não haja obstrução da entrada do ar.